quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Austeridade: Já iam uns cursinhos de media training, não?


Não vou dissertar sobre as novas medidas de austeridade. São um assunto dissecadíssimo e, como já vimos, suscitam críticas à esquerda e à direita. No liberal e no comunista. Reprovo, sobretudo a maneira como foram anunciadas. Apercebi-me disso ao ver o Gaspar na TV. O homem fala, fala, fala e um familiar meu, depois de o ouvir comenta: “Não percebi nada do que disse!” Nem tem obrigação: é formado em letras.

O economês, que é o novo francês – tagarelice da pseudo-elite provinciana que temos – é agora mais que falado, é divinizado! Vemos por aí (basta espreitar a comunicação social) dezenas de anglicanismos incompreensíveis: hedge funds, credit default swaps, Yield… Para isto é preciso um dicionário. Não me admiro que, como vi hoje, as pessoas escolham a CARAS ao invés de um jornal com uma entrevista do Gaspar. Para ler chinês é preciso um curso.

Com tantos assessores Passos e Gaspar não conseguiam fazer melhor? E depois fora o tecnicismo do discurso, o governo não anuncia as medidas populares. Veja-se por exemplo as medidas que se “esquecerem” de referir. (Controle dos fundos remanescentes da TSU – empresas não as podem usar a não ser para investir, bens de luxo mais taxados, mais impostos sob as transacções bancárias). Não admira que no PSD se esteja em rebuliço. Passos nem para ele é bom.

Fica a pergunta: já que se deram ao trabalho de escrever uma minuta (e um post no facebook que deu borrada), não podiam dar uns cursinhos de media training ao Gaspar? Não custava nada e olha (!) até se criavam empregos.

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