segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Política: Há algo mais urgente do que resolver a crise europeia?


“O autismo é uma disfunção global do desenvolvimento. É uma alteração que afecta a capacidade de comunicação do indivíduo, de socialização (estabelecer relacionamentos) e de comportamento (responder apropriadamente ao ambiente — segundo as normas que regulam essas respostas)”. Esta é a definição que nos dá a Wikipedia, fonte completamente rudimentar e com uma fiabilidade semelhante às promessas de Passos em campanha eleitoral.
Mas, ainda que a definição Wikipedista não seja a melhor, parece-me ser evidente que Passos padece desta maleita. O facto de não ouvir as vozes que se levantam de todos os lados é algo preocupante e o primeiro-ministro deveria procurar ajudar especializada. Ou talvez se trate de um qualquer mecanismo de auto-defesa. Não sei, não sou psiquiatra.
Já nem falo da manifestação de 15 de Setembro. Passos escolheu ignorá-la, com certeza temendo que o poder caísse na rua se o fizesse. Não Pedro (o político, não o pai): não se trata de dar o poder à “turba”, mas sim de a ouvir. Não te esqueças que a população é pilar fundamental de um Estado de direito. Ignorá-la é negligente, insensato e…perigoso. Portas, que é um animal político, já vai dando sinais de que as coisas não se tratam como estão a ser tratadas.
Aproveito para falar de outra “manifestação”, outro pequeno acto de protesto que Passos escolheu ignorar. Digo pequeno, mas arrisco-me a dizer que é de uma importância maior do que as manifestações de 15 de Setembro (perdoem-me os manifestantes, mas isto é uma consequência do mundo globalizado e, para nós, europeizado em que vivemos). Falo de uma pequena reunião que Mario Monti organizou e que contará com a presença do primeiro-ministro espanhol (Rajoy), com a presença do líder do governo grego (Samaras) e com o primeiro-ministro irlandês Enda Kenny.
Serão estes nomes, anteriormente apontados, perigosos comunistas? Não, nada disso. Como sabemos, Mario Monti é um tecnocrata e os outros três governantes são de partidos ideologicamente alinhados com o centro-direita (da mesma família política do PSD). E por falar em PSD. Que fez Passos? Optou por declinar o convite alegando motivos de agenda. Eu não conheço a agenda de Passos, mas deixo aqui o repto aos seus assessores: há algo mais urgente do que resolver a crise europeia?

0 comentários:

 
O Talho da Esquina © 2012