domingo, 27 de janeiro de 2013

Transportes Públicos: O Bloco de Esquerda e a ideia de gratuitidade




Antes de começar devo dizer que, segundo sei, o que apresentarei a seguir não é (ainda) uma proposta oficial do Bloco de Esquerda. Mas, tendo partilhado algo parecido no seu site, imagino que não estará longe de se tornar numa das muitas bandeiras deste partido. 


Bem, uma ideia assim só pode ignorar toda a realidade do país e do sector em particular. Nem vale a pena dizer que temos a 3ª maior dívida pública da zona euro, muito menos que só atingimos as metas do défice mediante medidas extraordinárias. É escusado dizer também que o objectivo aqui é cortar despesa e não aumentá-la. O que interessa é implantar ideias populistas na mente do mais desatento português. 

O sector dos transportes públicos, tanto a STCP como a CP (já nem falo da TAP), é um dos mais endividados do país. 


Então fica a pergunta: se começarmos por garantir a gratuitidade na Carris, porque não passar para a STCP? Só os autocarros? E os comboios porque não? Urbanos, Regionais, até os Intercidades? Bem, se a demagogia for mesmo forte, ainda poderíamos chegar à TAP, quem sabe...

Claro que já nem falo em saúde gratuita, educação gratuita e mais outros serviços que julgámos ser gratuitos quando fornecidos pelo Estado. Sim, julgamos, já que nada disto é gratuito. Penso que toda a gente sabe que há uma classe de pessoas (que acabamos por ser todos) que paga isto: o contribuinte, claro.

Não posso deixar de notar que o exemplo dado vem da Estónia. Pergunta-mo-nos: como é que um país báltico conseguiu tal folga para implementar estas medidas?

Bem, a resposta está aqui e chama-se: consolidação orçamental. A questão é se certas políticas expansionistas vão ou não arruinar parte do trabalho feito.

Bem, por muito que não gostemos dele, parece que o Bloco concorda com o senhor do FMI quando diz que Portugal pode ter um grande estado social, mas tem de o conseguir pagar

P.S. Outra leitura no orgão oficial do Bloco de Esquerda aponta-nos 9 alternativas para abater o défice dos transportes públicos. Incrível que 8 das 9 alternativas incidam todas no mesmo ponto. Já se está mesmo a ver o que é, não já? Mais impostos, é claro. 


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