segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Desemprego: Um governo em contra-mão.



Podem achar muito estranho, mas eu realmente tenho esta ideia: o Governo arrisca-se a destruir o que se propôs construir: um Estado mínimo, sem uma população excessivamente dependente de um "nanny-state". Aliás, isto sou eu a ser ingénuo. Tenho as minhas dúvidas quantos às reais intenções deste governo em realmente libertar a sociedade do Estado. A máquina partidária move-se como se move em Portugal e precisa do Estado como de pão para a boca, como todos sabemos.

Falo a partir da faixa etária onde me insiro: isto algures entre os 20 e os 30 (podemos esticar a coisa em alguns casos). Nós não queremos viver do Estado Social. Caramba! O nosso sonho (da maioria, pelo menos) é trabalhar, ter independência, quiçá ser empreendedor (nem todos queremos e nem todos podemos, claro) e, com muita sortinha, ser talvez um Zuckerberg ou um Steve Jobs (pedir isso em Portugal é como pedir bananas na Finlândia, mas pronto...).

Duvido que a maioria deseje viver, para sempre, do subsídio de desemprego. Mas também não é baixando-o abruptamente espremendo-o ao máximo que vamos criar uma sociedade independente do Estado. Não sem procurar criar a segurança de um emprego. Aliás, na minha humilde ignorância, acho que se corre o risco do contrário. Uma sociedade excessivamente desamparada clama sempre por mais protecção. Sempre. Isso equivale a mais Estado, não a menos. Os tímidos, mas elucidativos, avanços eleitorais da extrema-esquerda falam por si...

Ora, continuando a minha análise, julgo que isto devia ser um percurso com duas faixas. Bem sei que o caminho do crescimento não é tão fácil como se propala por aí. Sei ainda melhor (estamos todos a senti-lo, aliás) que mais difícil se torna quando se está asfixiado por uma dívida abissal.

Mas há coisas que podiam ser feitas e que não custavam assim tanto (porra, algumas até estão no memorando!): captar investimento estrangeiro. Como? Baixando o IRC (a Irlanda tem um de 12,5% e o nosso é o dobro, porquê tanto bla bla?) e reformando a vergonha de Justiça que temos. E - pasme-se! - há ainda coisas que podiam ter sido evitadas. Tipo aumentar ainda mais a burocracia.

Reconheço que não dou soluções mágicas (quem me dera tê-las, podiam dar o meu nome a uma escola ou assim...), mas também sei que estão a criar uma geração de dependentes (e de indigentes) ao não permitir a criação de emprego. Sei que não é possível crescer por decreto e, para criar empregos e um dia - quiçá- aumentar salários, teremos de ser um país atractivo para o capital. E fazemos isso ao convidar e encorajar a iniciativa privada, não ao afastá-la.

Resumindo, pergunto a todos os ministros e secretários de Estado: Vocês não entendem o rumo que estão a tomar? Não percebem que se arriscam a ser os artífices do socialismo na próxima geração? Não percebem que estabeleceram um caminho oposto ao do que se pretenderam? Não entendem que estão a criar um "monstro"?

0 comentários:

 
O Talho da Esquina © 2012